O circuito Norte e Sul da China com a Rota Avatar, da Europamundo, é muito bem elaborado, abrangendo os principais pontos turísticos do país. A China é surpreendente, completamente diferente do que costumamos ouvir no Brasil — uma experiência cultural intensa, cheia de história e contrastes entre o moderno e o tradicional.
Porém, não é um roteiro indicado para todos, especialmente idosos ou pessoas com mobilidade reduzida. Há muitos degraus irregulares, trechos escorregadios e caminhadas longas, exigindo bom preparo físico e atenção redobrada.
Outro desafio é o idioma: praticamente ninguém fala inglês, nem mesmo nas recepções de hotéis cinco estrelas. Tudo é em chinês (mandarim ou dialetos locais). Além disso, a maioria dos lugares aceita apenas pagamentos digitais, como Alipay ou WeChat Pay. Cartões internacionais dificilmente são aceitos.
Uber não existe na China; o aplicativo equivalente é o Didi, mas é todo em chinês, o que torna seu uso bem complicado para estrangeiros.
A internet também pode ser um desafio — alguns hotéis oferecem boa conexão, mas a maioria exige uso de VPN para acessar aplicativos e sites como Google, WhatsApp e redes sociais.
Na nossa turma, duas idosas escorregaram e se machucaram, e outras duas pessoas tiveram problemas gastrointestinais, o que mostra como o circuito pode ser fisicamente exigente.
A programação é intensa e cansativa: em vários dias chegávamos tarde da noite ao hotel e às 7h da manhã já precisávamos estar prontos no lobby para seguir viagem ou trocar de hotel.
O trem bala é uma experiência interessante, mas logisticamente complicada. O guia nos deixa no saguão da estação, e o acesso à plataforma só é liberado poucos minutos antes do embarque. Cada passageiro precisa carregar toda a bagagem (mala grande, de bordo, mochila etc.) até o seu vagão — muitas vezes caminhando mais de 100 metros — e embarcar em apenas 2 minutos, tempo que o trem fica parado.
Não há um compartimento específico para malas grandes; elas são deixadas em locais improvisados, como em frente ao banheiro, lavatório ou no corredor. As malas pequenas ficam no bagageiro acima do assento.
Na hora do desembarque, o processo é o mesmo: 2 minutos para sair, cada um carregando seus pertences, e algumas estações têm apenas escadas rolantes. Ou seja, é cada um por si — não dá para contar com ajuda. É uma parte bastante estressante da viagem.
O país é muito seguro e altamente monitorado, e em praticamente todos os lugares é necessário apresentar o passaporte para entrar.
Atenção às regras de bagagem:
• Nos voos domésticos, o limite é de 20 kg.
• No trem bala não há limite de peso, mas é preciso carregar tudo sozinho.
• Baterias e pilhas (mesmo dentro de brinquedos) não entram em voos internos e no trem bala.
• Isqueiros e canivetes (mesmo pequenos) são proibidos.
• Power banks só são permitidos se tiverem o selo CCC (certificação chinesa equivalente ao Inmetro). Outros são apreendidos — perdemos cinco power banks assim. Eles devem ser levados na mochila de mão.